Guanambi por água abaixo.
Guanambi,1992, era uma semana muito cinza para toda a população, parecia
que a chuva tinha declarado guerra contra a cidade, uma guerra sem qualquer
tipo de trégua, ela não parava, mas deixava as pessoas apavoradas com o futuro de suas
moradias, com a segurança de suas crianças, as águas entravam dentro das casas
e a única “arma” que as pessoas tinham para assegurar seus móveis eram simples
rodos em mãos, as famílias tiravam, ou pelo menos tentavam tirar a água, mas
eram tentativas inúteis pois metaforicamente as casa seriam imãs e a chuva
algum tipo de metal.
Pelo dia ouvia-se barulhos de telhas caindo no chão, a ventania era tão
forte que em alguns lugares várias famílias estavam preocupadas em como
passariam a noite, a situação ainda piorou quando todos souberam através de um
grito escandaloso a seguinte frase: “A barragem sangrou! ”. Lamentações haviam
em toda parte, o desespero estava sobre o olhar das pessoas que moravam em
áreas com mais chances de risco, porém a esperança ainda se encontrava no olhar
da população acreditavam eles que quando o sol aparecesse tudo iria melhorar. E
eles tinham razão.
Quem poderia imaginar que uma cidade tão quente e calorenta iria
enfrentar uma chuva que inundou todos os bairros e colocou em risco a vida de
muita gente, não só em acidentes, mas a saúde também estava ameaçada, ora,
muitas doenças estariam a solta em uma mistura de água e lixo. Em uma reflexão mais
aprofundada, naquela época as crianças não eram interligadas a uma tela como
atualmente, mas elas se divertiam descalças pelas ruas, o que já não poderiam, quem
garantiriam que elas não poderiam adquirir alguma coisa ruim com o contato a
água?
Ao findar da semana, o sol
apareceu e a chuva cessou, foi um alívio para todos, a água foi diminuindo a
cada dia, assim a rotina estava voltando ao normal para a cidade, e o sorriso
apresentava no rosto de todo o povo!
“Este foi um
acontecimento verídico que aconteceu na cidade de Guanambi- BA, contado sobre a
visão de um adolescente guanambiense, com base em histórias que ouvia de pessoas
que realmente presenciaram”
- Até a próxima
crônica! ;)
0 comentários: